domingo, 24 de outubro de 2010

Príncipes

“Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles.
Eu não podia saber, ele não falava.
E, depois, ele não veio mais.
Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe.
Mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique, a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.”


Caio Fernando Abreu
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